domingo, 24 de junho de 2012

RIO+20 QUE A MÍDIA NÃO MOSTRA - ATL - CÚPULA DOS POVOS

 Não deixem de assistir o vídeo! 

Fui convidada para acompanhar o ATL – Acampamento Terra livre com indígenas.
Saímos de Belo Horizonte dia 16 e as 6h já estávamos no estacionamento do ônibus no Rio de Janeiro. Ficamos presos no local por falta de orientação para onde deveríamos ir pois de acordo com a organização chegamos antes, mas com autorização da mesma.  Alem de não ter para onde ir, com fome pois o local era perigoso para sair caminhando. As 11:45h a viação Itapemirim pediu o ônibus de volta e ficaríamos ali agora sem transporte mas a liderança deles ligou novamente para a organização e o nosso ônibus foi para o Sambódromo.

O local estava em obra para receberem todos os Povos da ATL e não tinha qualquer estrutura de banheiro e alimento. As 16h chegou nossa primeira refeição que foi pão com mortadela e refrigerante. Os indígenas tem direito as refeições mas este foi um tema bem complicado no evento.

Acampamos em um camarote e ali ficamos 8 dias. No primeiro dia a  água para banho chegou depois das 19h, água para beber fizemos uma “vaquinha” pois não eram todos que tinha condição de comprar ,e ali estavam acampados crianças, gravidas e idosos. Agua potavel chegou no segundo dia e poucos confiavam na agua que deixaram disponível em caixas d'agua.

Não eram todos que tinham recurso para comprar alimentos então por este motivo quase voltamos para Belo Horizonte pois a situação era precaria. Do lado do acampamento tinha uns botecos e uma padaria e o dia que fui em uma lan house fui assaltada.

Todos ganhamos um pulseira que dava acesso ao Sambódromo e andar de metro. Esta pulseira seria perfeita se todos soubessem como andar no RJ pois ate eu me perdia ali imagina os 1700 índios acampados ali e alguns não falavam português. Quando saia um grupo grande era bem bacana o movimento pela cidade mas quando os grupos se separavam a situação complicava. Resgatei algumas vezes indios perdidos pela cidade.

Quando a alimentação chegava era uma correria e disputa para pegar comida pois o numero não estava certo e muitas vinham estragadas. Bebida só para os primeiros.

Foram várias as situações complicadas na alimentação, como ficarmos na areia da praia esperando comida ate final de tarde, marmitas sem talheres para fazer a alegria dos repórteres , mas a decisiva foi quando os índios prenderam o carro que foi entregar o almoço ate o dono da empresa ir no local explicar poruqe a comida estava armazenada na caçamba do carro, tampados com um tapete, no sol quente. Varias marmitas estavam estragadas e cheirando mal. Este dia subimos no palco e a revindicação foi publica. 

No dia seguinte alugaram um local para servir as alimentações. Uma escada fina e escura que saia em um cômodo pequeno o que causou grande revolta nos índios mas alguns tinha que frequentar o local pois não tinham condição de pagar sua alimentação. O jantar era difícil pois estava muito longe do sambódromo então muitos dormiam com fome, incluindo crianças, gravidas e pessoas de idade. O comércio local vendo a necessidade montaram varias barraquinhas na rua e uma coxinha custava R$4,00, meio copo de café R$2,00, Agua R$ 3,00 ( pequena)

O Transporte era facilitado no metro por pulseirinhas mas algumas vezes precisei pegar ônibus ai sim a tarefa era quase impossível pois ninguém informa direito e a falta de vontade é incrível. Para tentar chegar na Kari-oca me deram varias informações e depois de um dia tentando pegar ônibus e ele não parava( pois só tinha duas pessoas no ponto) outro dia éramos 10 ai sim eles pararam mas um falava que era x e outro y e tomamos 3 ônibus e não chegamos la.

A descriminação com indígenas é fato mas o atendimento da maioria dos lugares que fui era deprimente. 

O garçom não olha na sua cara enquanto você faz um pedido e parece que a pessoa nem escutou. Mas melhor que comida azeda.

Fome, banheiros imundos, chuveiros sujos desanima qualquer um mas mesmo assim eu fiquei encantada com a energia indígena, o artesanato sempre rico, o awê .. Sou encantada com este povo!

Conheci a Aldeia Maracanã, fui a passeata nas ruas e a cada dia que passa fico mais indignada com quem não considera esta luta a luta de todo brasileiro.

Não era o que eu pretendia postar sobre o evento, mas esta é a realidade. A triste realidade. 

Obrigada pelo carinho de todos os indigenas que mesmo depois deste trsite evento me ligam do Brasil todo agradecendo minha atenção e me convidando para conhecer suas aldeas. Podem me esperar que estou me organizando para visitar a todo este povo guerreiro.

Este vídeo é nosso e temos que divulga-lo para que todos saibam a realidade que vivem nossos  índios e não o que mostrarm na MÌDIA.

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