sexta-feira, 31 de agosto de 2012

CONTINUAÇAO SEGUNDO DIA RUMO AO XINGU


Chegou o ónibus para Gaúcha do Norte. As malas entraram pela janela e me ajudaram. Dentro do ónibus cada um escutava sua música em seu celular...bem alto! Vai ter rodeio em Gaúcha e tinha muito peão viajando. A viagem de 4 horas de Canarana para Gaúcha do Norte parece que durou aproximadamente 8 horas,   ventav muito forte . Muitas paradas.. muitas mesmo.

Chegamos e o pessoal já estava la esperando. Éramos uns 15 entre indígenas e outros visitantes. Passamos no super-mercado para comprar lanches e pediram para levar Coca Cola... "Cola no Xingu" ??. Não esperava.

Um carro com bagagens e algumas pessoas  no meio e no outro  carro o restante das pessoas . Andamos aproximadamente  40km e paramos em algum lugar... era noite e eu não tinha ideia de onde estavamos, a visao alcançava até onde os farois do veiculo iluminavam,  apenas terra  e mato . Um dos veiculos encalhou  e desceram todos para empurrar. Difícil.

Paramos em um lugar e parecia fim de caminho, pegamos a bagagem  e descemos uma pequena trilha ate um pequeno barco, e no escuro seguimos sem saber com certeza  para qual rumo. mas tudo bem faz parte.

Fiquei surpresa pois desde que cheguei  ate na aldeia todos me chamavam  pelo nome e se apresentando também. Gostei muito.

Quando saímos do barco andamos muito e no escuro, sem ideia de onde estavamos, até ver de frente uma oca onde foi possivel ver luz de lanterna.

Chegamos e me mostraram um local dentro da oca para montar a barraca  com iluminaçao de lanternas, pronto, eu já tinha moradia com minha amiga. Ajudei a montar a duas a nossa  e de  dois Paulistas que chegaram na mesma viagem... acho que nunca montaram barracas..hehehe.

Logo depois nos levaram fora da oca para ver os peixes que estavam assando e pegaram um com beiju e sal Mehinako. ( um sal feito de aguape, beeeem salgado com pimenta. Muito bom).

Na entrada da Oca tem uma torneira de agua tratada para beber, lavar e o que quiser. Apontaram para frente com a lanterna e falaram que a noite faz xixi ali mesmo.

Tudo escuro demais fui dormir e fiquei assustada com a quantidade de ratos fazendo barulho a redor da barraca. Imaginava  que estavam entrando.... demorei  a dormir!



Quase na hora da saída para Gaucha - Julie


Graal Caminho Gaúcha...rsrsrs

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

SEGUNDO DIA RUMO AO XINGU

Saimos no horário...Incrível 10 minusto antes! Primeira vez que viajo e avião, onibus saindo minutos antes.

Nosso onibus estava parecendo uma excursão para o Show da Xuxa, todas as cadeiras próximas  da nossa tinha uma criança. E todas dormiram a noite toda, menos a do banco traseiro que pegava meu cabelo,  a criança do lado que me olhava fixamente e o pai da menina da frente que empurrava a cadeira para deitar  até quebrar, a minha mochila com cameras e computador no chão... eu já estava com oooodio do gordo!

Dormi quase nada pois minha mochila não podia ir no maleiro do onibus  e não entrava na área de bagagem de mão...  então foi no meu pé e fiz contorcionismo a viagem toda. O onibus não tem paradas, só umas 7 rodoviárias..


Eu com lanchinhos no onibus ( biscoitos, toddynho, bolinhos, chocolates ) e Julie com os dela. ( chocolate natural, ameixa, sementes, alga, suco natural). Acho que preciso aprender com ela.
Clareou e estávamos em Agua Boa, desci na rodoviária e entrei na lojinha, única que tinha la e fiquei de papo com a dona. Vi um postal de Chavantes e disse: Que Lindo! Ela: Nossa! Você gosta ? ( com cara de nojo) Eu : Adoro, estou indo para o Xingu! Ela: Meu Deus! Muito cuidado! Que vai fazer la? Vai não. EU: Cara de paisagem e voltei para minha excursão para o Show da Xuxa.

Passamos em Serra Dourada  seguindo  até Canarana,  fiquei de papo com uma mulher que perdeu o marido a 4 meses, o sogro morreu ontem e ela estava com a bebe dela indo para o enterro. Mulher incrível, forte e fiquei admirada com a força e como acredita em Deus e em meio a essa turbulência continua  rindo com sua bebe.

A rodoviária de Canarana não tem shopping e custei a arrumar uma tomada para meu not, a lanchonete é familiar e logo fiz amizade com todos, além disso  tem pão de queijo e agua de coco para Julie . Onde vou levo todas as malas e caixas ( total em volume de nós duas entre malas , caixas, barracas e tatame de 8). Um taxista perguntou...( dialogo novamente,  estou com tempo aqui...hahah) Ele: Onde mora tem muito assalto! Eu: Tem sim..aqui não? Ele: Aqui se você esquecer pode voltar e buscar, mas se passar um bebado leva tudo. Como a cidade é pequena e no google a pesquisa não foi das melhores.. não sei quando bebem. Levo tudo para todo lado).

Ontem na rodoviária de Goiania dei um apito para Julie e peguei um. Minha mãe implorou que ficássemos com apitos caso precise.( como ela pediu coloco e já encontramos muita utilidade para chamar uma a outra quando estamos longe, o apito passou a ser um colar ( enfeite ). A  Julie já esta  ficando intima da natureza, já está chamando ate arara aqui na rodoviária.).
Passamos a tarde papeando com o pessoal da lanchonete e escutando musicas italinas com o dono até meu irmão ligar falando era para eu ir a uma lan house e imprimir um documento para enviar por sedex... Pedimos um mototaxi na rodoviária, deixamos as coisas com a familia italiana e foi mais uma aventura.

De volta a rodoviária tomei um banho e me senti nova!  MInha mãe iria amaaaar esta aventura!

Fiquei amiga de todos os funcionários da rodoviária e me chamaram para conhecer alguns indigenas que chegaram com uma menininha e foi uma conincidencia incrível eles estão indo encontrar com Yatapi tambem e vamos todos juntos. A criança não fala minha lingua mas quando dei chocolates ficou intima!! Linda!

Vimos fotos, batemos papo sobre a cultura deles e uma noticia muuuuito boa. Eles estão levando um gerador para a aldeia!! Energia garantida pra minhas baterias.

Como não sei se vou ter internet lá termino meu post agora as 16:00 e não sei se terminarei este dia e nem a próxima semana porque pelo que vi lá só pega telefone OI. SNIF. estou sofrendo com isto!!!


Hoje bem cedinho no onibus... cara de sono.
Diário de Julie- Rodoviária Canarana



Lanchonete Canarana e meu escritório

Rodoviária de Goiania - Apitos


Junior Kuikuro e filha Gabi



terça-feira, 21 de agosto de 2012

PRIMEIRO DIA DE VIAGEM- XINGU

Acordei cedo com minha mãe assustada achando que eu estava atrasada mas cheguei foi cedo no terminal onde encontrei Julie rumo ao aeroporto. Minha mãe chorou muito tadinha...

Chegamos em SP, esperamos 2h o voo para  Goiânia, pegamos um táxi para rodoviária, saímos só as 21hs para Canarana , para chegar as 9h la,  pegar o onibus as 16h para Gaúcha do Norte...ai frete para a Aldeia.. aiiiii. Chegamos!

Em toda parada minha nova amiga come um pão de queijo... Um dia farei meu pão de queijo frito para ela..rsrs

A Rodoviária de Goiania é n shopping... comi Bob's Julie salada( um dia serei assim) e cogitamos a ideia de cinema. E fizemos o que se faz em shopping..NADA e comer...

Hoje ganhei uma nova montagem de Roberto Ecologia.




E para minha surpresa outra de Antonio Muñiz


Muito bacana ver este carinho de pessoas que me conhecem apenas pela internet !!


Patrocinador?? Heim?? hahahahha


Belo Horizonte


Patrocinador??? heim?? rsrs São Paulo


Em Goiania vendo o nosso roteiro e Facebook.



NOVO MUNDO!! Shopping Rodoviária em Goiania ( Julie )
Depois de pão de queijo, sorvete, cafe...... Banho de Leite de Rosas e 12 hs de viagem !!

Amanhã, Canarana! Beijossss

A caminho da Aldeia Utawana - XINGÚ

JÁ ESTOU A CAMINHO

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

XINGU TO CHEGANDO!!!!


Então, andei um pouco afastada do Blog mas estou de volta!

Tem uma semana que soube que ia realizar meu sonho de conhecer o Xingu, graças a amigos que conheci através da divulgação de fotos e causa indígena. Estou muito feliz por estas pessoas me conhecerem pela internet e assim se movimentaram e patrocinaram tudo para que eu possa realizar este sonho. Obrigada Brasil Inka e Roberto Ecologia. Vocês são incríveis. E obrigada a todos que me ajudaram na organização e me motivaram todo instante.

Minha companheira de viagem é Julie, uma cantora francesa que conheci através de um trabalho fotográfico que farei para o CD dela e que pretende relatar a causa indígena. Uma nova amiga que adorei conhecer e já esta me acompanhando nesta viagem incrível.

Meu contato com a aldeia é o amigo de Brasil Inka, Yatapi Mekano. Indio da etnia Mehinako que vive na aldeia Utawana.

As informações que tenho sobre a aldeia são as que vi na internet mas dentro de poucos dias estarei com novidades .

Os Mehinako vivem hoje em duas aldeias distintas às margens do rio Kurisevo.

A aldeia de Uyapiyuku e a nova ( de Yatapi ), Utawana, junto ao PIV, Posto de Vigilância do Kurisevo, que é dirigido por um Mehinako.

Expulsos de seu habitat original pelos Ikpeng* (que foram introduzidos na formação do parque), sofreram vários deslocamentos, se fixando no começo próximos aos Awet e Yawalapiti e intensificando as relações de intercasamentos com outras etnias do Alto Xingu.

Os grupos que vivem no Alto Xingu, ao sul do parque, na bacia dos rios formadores do Xingu, apresentam uma grande uniformidade cultural e participam de um sistema intertribal, mantendo, no entanto, sua identidade étnica. São eles: Awet e Kamaywurá (tronco Tupi), Mehinako, Yawalapiti e Waurá (família Aruak), Kuikuro, Kalapalo, Matypu/ Nahuukwa (família Karib).
Os alto xinguanos se alimentam basicamente de mandioca brava (micaia, em Aruak) e peixe.

Suas casas são ovaladas com cobertura de sapé até o chão com duas aberturas. A aldeia é construída em círculo, com a casa dos homens no centro, no sentido leste-oeste.

As mulheres usam o uluri, um pegueno cinto de fios de buriti, entre outras afinidades. Realizam o Guarup, cerimonial para os mortos, e praticam a luta huka-huka (tupi-guarani) ou Kap em Aruak.

Apesar de seguirem aspectos culturais semelhantes, cada etnia do Alto Xingu mantém e segue a sua própria tradição desde a língua a especialidades.

Trocam experiências e se relacionam através do moitará, encontro para trocas comerciais e especialidades de cada grupo: arcos pretos feitos de pau dárco, feito pelos Kamaywurá, machados de pedra(Trumai), colares de conchas de caramujo (grupos Karib), cerâmica (Waurá), sal** (Mehinako e Trumai) e o algodão(Mehinako). Os Mehinako e os Awet atuam também como mercadores intermediários.

Os Mehinako apreciam a convivência com os Karaibas, homens brancos, filhos do sol como os próprios Mehinako. Consideram a civilização tecnológica uma dádiva do sol. Adoram viajar e se relacionar. Outro grande fator que estimula a integração entre os alto xinguanos e brancos é o futebol, muito apreciado pelos Mehinako.

Os alto xinguanos se alimentam basicamente de mandioca brava (micaia, em Aruak) e peixe. Suas casas são ovaladas com cobertura de sapé até o chão com duas aberturas. A aldeia é construída em círculo, com a casa dos homens no centro, no sentido leste-oeste.

As mulheres usam o uluri, um pegueno cinto de fios de buriti, entre outras afinidades. Realizam o Guarup, cerimonial para os mortos, e praticam a luta huka-huka (tupi-guarani) ou Kap em Aruak.

Apesar de seguirem aspectos culturais semelhantes, cada etnia do Alto Xingu mantém e segue a sua própria tradição desde a língua a especialidades. Trocam experiências e se relacionam através do moitará, encontro para trocas comerciais e especialidades de cada grupo: arcos pretos feitos de pau dárco, feito pelos Kamaywurá, machados de pedra(Trumai), colares de conchas de caramujo (grupos Karib), cerâmica (Waurá), sal** (Mehinako e Trumai) e o algodão(Mehinako). Os Mehinako e os Awet atuam também como mercadores intermediários.

Os Mehinako apreciam a convivência com os Karaibas, homens brancos, filhos do sol como os próprios Mehinako. Consideram a civilização tecnológica uma dádiva do sol. Adoram viajar e se relacionar. Outro grande fator que estimula a integração entre os alto xinguanos e brancos é o futebol, muito apreciado pelos Mehinako.

Os Mehinako são bons artesãos e orgulhosos, com razão, pelos seus artefatos, que seguem a tradição cultural. São conhecidos entre os Xinguanos como mercadores e detentores da técnica do sal do índio** (cloreto de potássio).

Fazem bancos zoomorfos, em forma de animais, como o tamaduá (yúper), anta (teme), onça (ianumaka), e passáros (warapapá) além de outros animais da convivência diária. Os bancos (Xepí) são feitos de um único tronco das árvores conhecidas como lixeira, piranheira e canela. A cor é obtida pelos pigmentos naturais: o pequi que dá o tom amarelo e protege a madeira; o vermelho, do urucum e do pau mãwatan; e o preto, do pau Iurilo e do carvão.

Nas cestarias utilizam a fibra da palmeira de buriti, da tala ao fio que é enrolado nas coxas da mulheres. Cabe aos homens a confecção dos bancos, máscaras e pás de beiju, além da amarração final dos cestos. As mulheres fazem o fio de buriti, as redes, os cestos e esteiras.

A venda dos artefatos se destina a alguns suprimentos que se fazem necessários na aldeia, desde os anos 60, quando houve a introdução tecnológica, como barcos a motor, rádio de pilhas, anzóis, etc., mas não interferem na tradição cultural, que é valorizada pela comunidade.

Dados: http://www.arara.fr/BBTRIBOMEHINAKO.html

Presentes de Roberto Ecologia